terça-feira, 17 de novembro de 2009

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Desde que voltei de viagem, coloquei o foco na vida prática. Na vida de Maya mesmo, das conquistas e das derrotas, do gostoso e do ruim, dos altos e baixos, enfim a vida dual linda e intensa que só esta ilusão tão real pode nos proporcionar. E nos últimos meses em , mergulhei como nunca neste mundo "real".

Aprendi que ainda tenho muito a aprender. E que muitos ensinamentos não estão nos livros nem nas palavras, mas no silêncio e nos sentimentos.
Entendi a beleza que é o mundo em que vivemos. A beleza que existe nos dos dois lados da mesma moeda, nos opostos.
Entendi que a vida é feita para se viver.
Aprendi a deixar os sentimentos brotarem, sem saber porquê e principalmente sem TER que saber o porquê!
Aprendi que o silêncio, as vezes, diz muito mais do que qualquer palavra. E que por mais que você queira ouvir, as vezes a outra pessoa realmente não tem nada a dizer. E quem tem que saber se isto basta é você e mais ninguém.
Descobri a "razão que a própria razão desconhece".

E disso tudo não sei o que tirei direito de certezas. Mas continuo seguro de o que quer seja, é o que deveria ter sido.

domingo, 22 de março de 2009

A volta dos que não foram...

Sempre ouvi essa frase num tom de piada, nunca a levei sério... Mas voltar pro RJ, voltar para o meu antigo trabalho, pra a casa dos meus pais (...agora só da mãe), pro convivío dos meus amigos, pros chopps e sambas das ruas do Rio, foi um pouco isso: a volta dos que não foram. Na verdade, não é bem isso. Aquele Eu que embarcou no dia 11 de fevereiro de 2008 rumo a Índia, não é o mesmo Eu que voltou agora em 18 de dezembro e não é o Eu que escreve agora em 22 de Março de 2009.

O Rio de Janeiro continua lindo sim! A praia continua incrível, os amigos continuam amigos, a comida continua deliciosa, o chopp continua gelado e o samba continua suingado. Mas como dizem por aí, o mundo é o que nós enxergamos nele. E esse é o grande ponto aqui. Este que enxerga este mesmo mundo de outrora, o mesmo mundo que viveu por 25 anos, não é mais o mesmo. E como num passe de mágica, o mundo inteiro se transforma. Tudo muda, apesar de continuar tudo igual.

Nestes 3 meses que estou de volta a vida "normal", descobri um mundo completamente diferente. Primeiro, e mais difícil, foi entender toda essa mudança em meio a toda essa mesmice. Ver as mesmas situações de antes, com as mesmas pessoas, nos mesmo lugares, mas não se reconhecer nelas. Não entender o que se passa. Setir-se como que no filme "Quero ser como John Malkovich", estando dentro da cabeça de alguém que não é você. Mas neste caso, não é outro. Era Eu vendo um eu que não era mais. Era Eu vendo os pensamentos seguindo padrões que por tantos anos fizeram todo sentido para mim, mas que agora pareciam tão distantes e estranhos a este Eu que os percebia. Era Eu me redescobrindo, ou descobrindo, tirando a coberta que sempre me encobriu. E que Eu nem mesmo percebia.

Na verdade acho que esse eu, que ainda dá as caras através destes padrões de pensamentos, está indo e parece que este caminho é sem volta. Então na verdade posso dizer que eu, neste sentido, não voltei. Esse eu foi. E na verdade volto Eu, que nunca tinha ido. Volto Eu, que sempre estive, mas que não sabia estar. Na verdade esse Eu, nem foi, nem vai voltar, ele É, sempre foi e sempre será. Mas o eu que foi, não permitia esse Eu ser . Esse eu passageiro, mas que até então esteve comigo a vida inteira, encobria o Eu e fazia Eu achar que era eu.

E nessas idas e vindas, fiquei, parei, relaxei... Férias!! Esse Eu tirou férias de mim mesmo. Tirou férias das grandes decisões, férias dos compromissos, férias das conversas complexas, das análises infindáveis. Eu simplesmente vivo agora. Então, assim vou ficando por aqui, no RJ, com os amigos, família, trabalho, praia e samba. Fico por aqui, observando eu indo e Eu ficando. Fico por aqui, deixando a vida me levar. Vida leva eu...

Isvara Arpanam Astu!!