quarta-feira, 30 de abril de 2008
terça-feira, 29 de abril de 2008
quinta-feira, 24 de abril de 2008
Jai Gange!!
Como já disse o Rio Ganges é considerado como a mãe dos Indianos. Ele é o rio mais sagrado da Índia. É contada uma história que diz que um dia houve um debate sobre qual era o rio mais sagrado da Índia: Yamuna, Saraswati, Hindu ou Ganges. Na verdade o Rio Ganges nem entrou na disputa, famoso Hors Concours, pois ele não é considerado um rio, mas sim o Conhecimento derretido que flui direto da cabeça de Shiva. O Ganges nasce do derretimento de gelo dos Himalayas.
É lindo ver a devoção dos indianos em relação ao Ganga (que é como eles chamam). Tem ritual todo dia no fim da tarde ao longo do rio todo, onde sendo feitas várias oferendas. Infelizmente devido a este excesso de rituais e ao fato de que quase todos os indianos que morrem (tudo isso somado a falta de consciência ecológica dos inidianos), seus restos mortais são jogados no Ganges, ele fica muito poluído mais para baixo. Mas em Rishikesh ele é límpido e gélido, pois está bem próximo da nascente.
Jai Gange é um pedaço do mantra que é feito todos os dias antes de se mergulhar no Ganges e no ritual do fim de tarde. Algumas vezes eu acordava as 4hs da manhã pra mergulhar antes do primeiro ritual. Muito frio, mas valia a pena, o resto do dia ficava abençoado!! Jai Gange!!!
domingo, 20 de abril de 2008
Dayananda´s Ashram Rishikesh
Em Rishsikesh fiquei no Ashram do Dayanada, que é de frente para o Rio Ganges (o Rio mais sagrado da Índia e considerado pelos inidianos como sua mãe). Foram 3 camps, no total 1 mês de curso com 3 aulas de vedanta por dia, meditação e 2 rituais (um de manhã às 5hs e outro fim de tarde). Este mês foi simplesmente incrível!! Aprendi mais nesse mês do que em toda minha vida!! Devido não só as aulas, mas a todos os imprevistos que ocorreram devido a tal lenda e a muita reflexão. Muito aprendizado!!
No segundo camp, recebi o Guru Mantra do Pujya Swami Dayananda. Guru Mantra é quando você decide ter algum mestre para te guiar na busca do conhecimento e então ele escolhe um mantra para você, que passa a ter que recitá-lo 108 vezes todos os dias. No meu caso imagino que não haveria ninguém melhor que o Dayananda! Para realmente aproveitar esta experiência raspei o cabelo de zero e fiquei por 2 dias sem falar com ninguém, sem fazer gestos, sem escrever e sem olhar ninguém nos olhos. Uma experiência incrível!!
O primeiro camp foi todo sobre o verso 21 do segundo capítulo da Bhagavad Gita. Neste verso Sri Krishna explica a Arjuna que o átma (o ser essencial presente em cada um de nós, conhecido no cultura judaico-cristã como espírito) não faz ação nenhuma na verdade. O átma é independente de tempo e espaço, nunca nasceu nem nunca irá declinar. O átma é na verdade uma manisfestação da ordem que governa todo esse universo (Isvara) - ordem essa que não só é a causa ente de toda criação, como a também a causa material -, mas que possui consciência própria e justamente por isso, pensa ser separado do todo. Nesse camp foi explicado extensamente como Isvara se manisfesta e como, ao reconhecermos isso, toda nossa convivência se torna mais fácil, agradável, objetiva e cosciente. Foi incrível ver como o Dayananda conseguiu dar 17 aulas (23hs) sobre somente 1 verso da Gita!! Genial!!
O segundo camp foi sobre os versos de 7 a 11 do Capítulo 13 da Gita. Esses versos falam sobre os valores éticos que devemos seguir para levar uma vida de acordo com o Dharma (que é a manisfestação da ordem no campo ético). E que ao levarmos uma vida que segue esses valores, tudo se torna mais simples. O Swami Dayananda tem um livro ótimo sobre esses versos que se chama "O Valor dos Valores". Recomendo!! Depois irei escrever mais especificamente sobre essa questão.
No terceiro camp Swamiji se colocou um desafio, cobrir todo o conteúdo básico da Gita em apenas 10 versos. Devido a um equívoco na contagem, acabou dando 11 versos. Foi incrível! Primeiro explicou qual é o dilema básico do ser humano: sentir-se incompleto e inadequado, e sempre buscar se completar (ou seja, ser feliz) através da realização de seus desejos, acreditando que a felicidade está fora de você. Depois explicou como é possível desfazer esta confusão, pois o que o Vedanta em resumo fala é que você já é a felicidade que você busca. Você é completo e ilimitado. Mas só dizer isso não basta, você precisa saber lidar como mundo real, com os fatos da vida e para isso explicou detalhadamente como Isvara (esta ordem intríseca a tudo) se manifesta. Por fim, explicou como o indivíduo se relaciona com o todo e como desta forma podemos viver no nosso dia-a-dia, nossa vida real, estando felizes e disfrutando desta maravilha que é a criação!
Finalmente India: primeira parada Rishikesh!
Tenho certeza de que quem nunca veio, não pode fazer idéia do que realmente é isso aqui. A começar pela lenda de que acontecem coisas totalmente inesperadas e que mudam tudo, com todo mundo que resolve vir pra India passar um tempo. E essas coisas acontecem pouco antes de você vir, no caminho ou aqui. Se é verdade eu não sei, mas pelo menos comigo (e mais um monte de pessoas que já conheci aqui), essa lenda funcionou: cheguei aqui sozinho! Nunca penser que seria assim... Cheguei sozinho por uma combinação de imprevistos. Quando cheguei no aeroporto, além de o taxi não estar com a placa com meu nome, me esperando, eu não conseguia sacar dinheiro com o meu cartão. Ou seja, sem dinheiro e sem transporte. Ali bateu um desespero... Mas acabei conseguindo achar o taxi, depois de mais de 1 hora rodando, e parti direto para Rishikesh, junto com Miguel (um português bem brasileiro) e Tadany (um gaúcho separatista). Duas grandes pessoas!
As estradas na Índia são um capítulo a parte, inacreditável!! A pista da auto-estrada (que teoricamente deve ser das melhores aqui, pois é uma das "grandes") tem a largura de uma pista de mão única no Brasil com acostamento. Mas aqui, é claro que são mão-dupla. Se fosse só isso tava tranquilo... Além de todos os tipos de bichos (vacas, búfalos, macacos, camêlos e dizem que até girafas e elefantes) andando tranquilamente pelo meio da pista, todos os tipos de veículos também vão pela estrada: tratores, charretes, auto-rikshaws, cycle-rikshaws, pessoas a cavalo, etc. Mas o que realmente dá medo é que aqui o que "ordena" o trânsito é famosa lei do mais forte. Caminhões e ônibus ultrapassam e fazem o que querem quando querem. Seu carro ter que desviar, chegando a ter que ir para a areia fora da pista, quando vem um caminhão de frente pra você, na contra-mão, é tido como normal aqui. Outra particularidade do trânsito aqui é que buzinar aqui é onda. Todos os caminhões e rikshaws tem escrito atrás "Blow Horn" ou "Horn Please". Ainda não entendi muito bem, mas parece que além de servir pra "organizar" o trânsito, eles usam a buzina como cumprimento, se passar por qualquer carro ou pessoa, tem que buzinar!!
Depois desta tradicional recepção indiana, cheguei a Rishikesh, que foi minha primeira cidade na Índia.
Como já dá pra perceber, a partir de agora, ao invés de somente fotos, começarei a compartilhar minhas experiências, relatos de aulas e reflexões.
Mas tenham certeza, só estando aqui pra entender...
domingo, 13 de abril de 2008
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