segunda-feira, 4 de março de 2013

Saudade de Escrever


Saudade de escrever... Ou será saudade de motivo para escrever?! Acho que não. Na verdade a saudade é de algo que busco, vontade de escrever profundamente quando se está bem!

Não sei se ocorre só comigo, mas em momentos difíceis, sofridos, costumo escrever muito mais. Com naturalidade textos profundos aparecem no papel. As poucas vezes que escrevi em momentos bons da minha vida, ou foi por amor, para louvá-lo, ou foi para registrar uma ideia. E nestes 2 casos os textos são muito diferentes. Um visceral, aberto, entregue. Um grito para o mundo, para que todos ouçam que amo! O outro lógico, estruturado, objetivo. Um discurso para ver se de alguma forma consigo acessar o mundo e com isso plantar algumas humildes sementes de mudança.

Vendo desta forma, começo a achar que a saudade que sinto é de algo que nunca tive: escrever texto com emoção, que não sejam só sobre amor, mas que passem as ideias de mudança, tocando no coração. E pensando ainda mais fundo, e por mais paradoxal que seja, estou é com saudade da mudança que ainda quero para mim. Conseguir, em todas as áreas da vida, unificar o lado que toca o coração com o lado lógico. Unir o monge e o executivo! O apaixonado e o filósofo! E quero essa união de forma completa e integral. Quero traduzir nas palavras um processo que venho buscando em mim. Um processo onde busco mais clareza e sabedoria na hora da paixão e que busco mais paixão e emoção da hora razão. Quero ser um executivo que toque os corações! E quero ser um amante que construa com solidez!

E vejam como é a vida?! O simples fato de sentir essa saudade de escrever, que me fez colocar essas linhas no papel, já me diz muito. Ao ler o que estou escrevendo, percebo que a minha saudade é pela retomada explícita do meu crescimento como SER. Como já escrevi por aqui, nos últimos anos conheci os limites para encontrar os respectivos pontos. Vivi tudo isso muito intensamente e aprendi muito. Mas agora percebo que é momento de buscar a união destes pontos opostos. Não uma união de caminho do meio, de uma coisa nem lá, nem cá. Mas sim de uma união como Yin-Yang, uma união harmônica dos opostos, em que eles convivam juntos durante cada ação. Que a emoção esteja na razão, na devida proporção. E que razão esteja na emoção, também em seu devido lugar. Que na hora de ser sério, eu saiba encontrar a brincadeira adequada. Que na hora de ser brincalhão, eu encontre a mensagem a ser passada. E que mais que tudo isso, que esse equilíbrio se torne um hábito natural em meus pensamentos, palavras, atitudes e ações. E com isto eu consiga me comunicar realmente com os que me cercam. E que por fim, que juntos possamos transformar nossos hábitos e vivermos todos de forma mais integrada e equilibrada. E isto acontecendo, a leitura de textos como este torne-se irrelevante. Pois já viveremos todos assim.

E acho que agora sim, ao final desta reflexão, chegamos ao ponto central: escrevemos porque achamos que temos o que dizer aos outros, escrevemos porque achamos que isso pode ser útil de alguma forma. Ou seja, em última instância, escrevemos para fortalecer nossa própria mudança e tentar com isso auxiliar a mudança dos outros. Minha saudade de escrever é saudade de buscar e comunicar de forma mais profunda. Minha saudade de escrever é essa vontade infindável de querer melhorar e com isso poder contribuir, mesmo que de forma microscópica, com alguma mudança ao meu redor. Então, vou com tudo atrás dessa minha nova mudança!

Que bom matar essa saudade!!

Um comentário:

***** disse...

Uau! Tenho certeza que tu estás atingindo teus objetivos!

Gostei muito! Teu textos me parecem precisos como o ouro.

Obrigada por ter compartilhado!

bj