terça-feira, 26 de agosto de 2008

Sobre o Caminho

Caminho pelos caminhos da vida. Caminhos calmos, bonitos e cheios de grandes expectativas. Às vezes os caminhos caminham assim e você segue sem nem se dar conta, de quão suave e prazeroso é este pedaço da estrada. E assim caminha apenas olhando pra frente, ansioso pelo que vem a frente.


Então vêm as curvas e você não vê o outro lado, não sabe onde vai dar... E o caminho calmo e claro, passa agora pelas sinuosas e tortuosas curvas da serra.

Caminho serra acima, em direção ao lugar onde não há direção, onde tudo é e está. Mas o destino final é outra coisa e não está em minhas mãos, só posso seguir meu caminho. Só posso viver agora. Faço a minha parte e deixo que os resultados sejam o que tiverem que ser.

Dou um passo de cada vez. Mas agora quero somente passos do tamanho das minhas pernas. Não quero mais pular de perna em perna, tentando ir mais longe e mais rápido do que posso. Não quero mais impressionar, não quero mais ser admirado. Isso é só auto-enganação, em busca de auto-aceitação. Não quero mais abraçar o mundo inteiro. Quero o meu mundo. Quero o meu ritmo. Quero ser eu, só eu. E quero que isso me baste.

A vida e o caminho seguem no seu próprio passo e a melhor forma de estar em harmonia com eles é seguir meu próprio passo, no meu próprio ritmo e espaço. A melhor forma de caminhar entre dois pontos não é uma reta, mas sim a que me leva com o menor esforço. Aquela em que sigo com a corrente da vida, mantendo o leme firme na direção certa, serra acima, mas na velocidade e da forma que aproveite os ventos do caminho.

Nem sempre os ventos sopram na direção que queremos. Na verdade o problema todo está em querer... Eles sopram na direção que devem soprar e ponto. A mim resta entender e aceitar isso.
Quero a calma da estrada reta e serena, a calma de uma companhia para vida inteira. A calma de quem tem tudo que precisa dentro do carro. E neste carro completo, não importa a estrada, o caminhar é sempre agradável.

Mas agora o vento sopra na direção contrária, rumo ao “cabo das tormentas’. E nesta direção, tenho que seguir sozinho. Tenho eu que passar por ele a sós e calado, para transformá-lo, eu mesmo, no “cabo da boa esperança”. Enquanto isso fico atento, observando o vento e as correntezas. Vai que eles mudam de direção...

O caminho pode ser mais um caminho ou pode ser O Caminho. Mas essa diferença você só entende quando olha pra trás e enxerga tudo que já caminhou. Por isso caminho pelo meu caminho, sozinho, até que eu olhe e enxergue O Caminho.

Um comentário:

Romana disse...

O seu blog é como um daqueles livros que a gente escolhe pra servir de inspiração pra vida toda. Em que, cada vez que revisitamos , encontramos a sabedoria que se encontra escondida nas "nuvens da rotina". Pense com carinho na possibilidade de tornar essa" obra virtual" um livro! Pra gente levar nas viagens pelos paraísos terrestres... Bjs