quarta-feira, 17 de setembro de 2008

Tanah Lot






O hinduísmo aqui em Bali é muito interessante. Tem várias particularidades, a começar pelo fato de que além da tindade clássica Hindu (Brahma, Vishnu e Shiva), eles tem outro Deus, que é mais ligado a natureza. Além disso, aqui mais de 90% da população Sudra (a casta mais baixa) e na verdade a diferenciação de casta só tem uma função aqui: definir o papel de cada um nos rituais religiosos. Os Brahamanis são os sacerdotes e o resto só coopera com os mega rituais que eles fazem aqui constantemente. Mas o que eu achei mais interessante é que a estrutura social deles é toda comunal e a base disso é a religião. Todo mundo tem que trabalhar nos rituais pra casa, pra família, pra Vila e por fim pra Ilha. Os templos seguem essa mesma estrutura. Existe o templo da casa, da família, da Vila e da Ilha. As comemorações nos templos da Ilha são enormes e todo mundo de bali (95% é Hindu, ou seja, é quase todo mundo mesmo) travalha nesses eventos. A ilha simplesmente para.

Outra grande diferença é que aqui os altares estão quase sempre vazios, quase não há imagem das 4 deidades. Os altares são vazios pois são para os espíritos. Todo santo dia eles colocam oferenda 3 vezes por dia nos altares que me geral ficam ao redor da casa toda. As oferendas são para convidar os bons espíritos e afastar os maus. A natureza aqui é um fator importantíssimo (aqui há todo tipo de catástrofes naturais) e por isso os grandes templos sempre são tem objetivo de louvar os deuses das forças da natureza, para mantê-los satisfeitos.

Somente Tanah Lot e Uluwatu é que são os templos de Bali como um todo. Tanah Lot é o templo para o Deus do Mar e por isso ele foi construído nas pedras em cima da bancada de coral e que na maré cheia fica cercado pelo mar. É incrível! Pra mim Tanah Lot é disparado o templo mais bonito de Bali!!

terça-feira, 16 de setembro de 2008

As Contradições do Amor

Amor é música. Amor é como a música. Ouço porque gosto, porque me faz bem. Ouço o que gosto, enquanto me agrada.

No amor é a mesma coisa, apesar de os mais sonhadores e poéticos dizerem o contrário. Amo porque me faz bem, e isso não é exclusividade minha. Qualquer mortal ama assim. Ama porque em primeiro lugar se ama.

Amor na nossa atual realidade, só é amor enquanto eu me vejo feliz com o outro. Ou para os mais românticos, enquanto ainda houver esperanças de me ver novamente feliz com o outro.
A verdade é que não vemos o outro quando amamos. Vemos aquilo que queríamos que o outro fosse. E com o tempo (e esse tempo varia de relação pra relação), quando começamos finalmente a ver o outro (pois a realidade se sobrepõe a fantasia projetada inicialmente), em geral dizemos que o amor acabou. Que não é mais como antigamente.

Mas o fato é que agora é o que sempre foi. A diferença é que não há mais os óculos cor de rosa que ignoram os defeitos e só vêem as qualidades. Mas, atualmente, de realidade basta o dia-a-dia. Então o que fazemos é acabar esse relacionamento. Assim temos um assunto novo, temos do que reclamar, com toda a razão do mundo (pelo é o que achamos naquele momento), e criamos novamente espaço para fantasiar.

Fazemos de tudo para fugir da realidade. E o que chamamos de amor é a fuga mais comum (outros fogem para drogas, álcool, etc.). Esse é o amor dos tempos de novela e filmes de Hollywood. Amor projetado, amor intenso e principalmente amor curto. O amor que da mesma forma como os filmes e novelas, nos desconectam de nossa realidade.

Há ainda o grupo contemporâneo do ‘eu quero é curtir’. Esses, coitados, são tão inseguros e solitários, que nem fantasiar conseguem. Acham que são livres, tentam acreditar nisso. Mas só eles mesmos sabem, lá no fundo, que são escravos do próprio medo. Medo de crescer, medo de entregar, medo de compartilhar, medo de tentar e principalmente medo de errar e não suportar a realidade dos fatos. Novamente é a fuga da realidade que os move. Criam uma falsa casca de livre e bem resolvido e vivem em suas próprias ilusões. A diferença aqui é que a fantasia não depende uma pessoa só, mas de uma pessoa a cada noite.

E por mais que pareça antiquado, amor bom mesmo, que te faz crescer e não fugir da realidade, é o amor de antigamente. Amor que nasce de uma escolha, cresce na convivência, resiste as mais fortes tempestades e continua até a velhice. É o amor de compromisso. Que não vem com tantas projeções, pois não há tantas opções. E uma vez tomada a decisão, aquela é a pessoa com quem você vai dali pra frente construir uma relação e uma família. A pessoa que será sua companheira e com quem você espera amadurecer junto. Não que ache que os casamento de 50 anos atrás fossem realmente assim, mas com certeza em termos de modelo, esse é o mais adequado para o amadurecimento e para aprender a enfrentar a realidade.

É a tão, atualmente, temida palavra compromisso que faz a diferença aqui. Em primeiro lugar compromisso consigo mesmo. Compromisso e vontade de crescer e ajudar o outro a crescer. Saber que estamos aqui para amadurecermos e que agora você tem alguém para compartilhar sua jornada. Compromisso de não estar presente quando lhe convier, quando quiser, quando puder. Compromisso da época em que a palavra tinha mais valor que os contratos. Compromisso moral, se é que as pessoas ainda lembram o que isso significa nessa nossa sociedade com valores tão distorcidos.

Há controvérsias, mas a verdade é que todo amor de mortal (seja de qualquer umdos três tipos) só existe por amor próprio.

Pois o amor que realmente é só para o outro, não é aquilo que comumente conhecemos por amor. Não é amor de meros mortais. É sim amor daquele que já se sabe imortal. Porque na verdade é um amor que sabe que o outro também sou eu. E que esta é a única forma de amar absolutamente, porque queira você ou não, o eu vem sempre primeiro. Então só quando eu consigo me ver no outro, posso amá-lo incondicionalmente. Ao invés de esperar que ele seja a razão da minha felicidade. E esse amor incondicional não pode ser restrito a uma pessoa, pois o sábio que tudo é ele.

E a conclusão que se chega, quem diria, é que quando se ama de verdade, não se ama ninguém especificamente. Então dentre as opções disponíveis para nós meros mortais, escolha a que mais lhe convier, mas tenha sempre em mente, que amor é como música. Que amo para mim mesmo e mais ninguém!

domingo, 14 de setembro de 2008

G-Land, A Onda!







G-Land é com certeza a melhor onda que já surfei na minha vida!!! (tudo bem que inda tenho mais um mês de Indonésia... hehehe). São 3 picos: Kongs (onda maior e um pouco mais cheia), Money Trees (que na verdade tem 3 picos, é G-land mesmo, com tubos perfeitos, secos, que pedem pra você sair) e Speedies (que eu não peguei muito bom, mas parece que a onda é mais buraco, tubo seco e rápido). O lugar é tão perfeito que rola vento terral fraco o dia inteiro e rola onda em qualquer maré. Além disso, é um dos lugares da Indonésia que mais recebe swell. Resumindo, uma máquina de onda!!!

Pegamos 3 dias de 2-3 pés e 3 dias de ondas boas 5-7 pés (rolaram umas séries de 8 pés apontando lá no horizonte). Peguei 8 pés em outros picos aqui da Indonésia, mas 8 pés em G-Land é casca grossa!!
Mas como tudo que é bom demais, essa onda também tem seu preço. A bancada de coral é afiadíssima e a onda quebra bem em cima da bancada. Na maré vazia, tem vezes que você se vêna seguinte situação desagradável: um espumeiro de quase 1 metro de altura na sua frente e a água no joelho com você em pé em cima da bancada, a única solução é pular pra espuma e tentar virar isopor pra não bater no fundo... E eu que já tava confiante (mais de um mês de Indonésia, já há 4 dias em G-Land), fiz tudo errado, caí na maré seca, ondas pequenas e fui na onda até o final. Ou seja, pedi pra ganhar uma tatugem de G-Land! Faz parte...

sábado, 13 de setembro de 2008

Pleasantville

É impressionante nossa incapacidade de simplesmente aceitar os acontecimentos da vida. Existe em nós um certo vírus, que sempre quer mudar as coisas ou fixá-las. Todo mundo quer fixar as coisas quando tudo vai bem. Todo mundo quer mudar tudo, quando as coisas vão mal.
Quando não acontece exatamente o que esperávamos, passamos um tempo enorme nos arrependendo, pensando como poderia ser diferente, ao invés de vivermos no presente e criarmos nosso futuro. Mas viver no presente não tem graça, isso está em nossas mãos. Por algum motivo, sempre queremos o que não temos.

Por outro lado quando acontece o que desejávamos, queremos parar o mundo. Nestes casos queremos eternizar momentos, sensações e emoções. Mas como isso não é possível, já começamos a nos preocupar em como mantermos daquela forma, o que iremos perder se as coisas mudarem, etc. Ou então no dia seguinte (semana ou mês dependendo do evento que proporcionou a felicidade), ficamos tristes pelo simples fato de não estarmos mais felizes com antes.

Será que ninguém consegue ver o problema aqui? Por que está mania de querermos sempre mudar as coisas como são? Tentamos mudar para que as coisas sejam como nós queremos. Queremos mudar as coisas muitas vezes, para que não mudem. Mas na verdade o problema essencial está no próprio fato de querermos, de projetarmos, desejarmos. Essa é a fonte de todos nossos problemas.

Mas agora imagine se todos pudessem mudar as coisas para o que querem? Se tivéssemos esse poder controlar o futuro, como seriam as coisas?

Ela quer terminar o namoro, ele quer continuar namorando. Como ficaria essa situação? Quem teria o direito de escolha? Se todos podem controlar o futuro, não deveria haver essa escolha, os dois deveriam poder escolher. Então a solução seria que os desejos das pessoas que se conhecem deveriam coincidir. Todos querendo as coisas em harmonia e, desta forma, podendo controlar o futuro. Neste caso, para possibilitar o controle do futuro o resultado seria uma vida muito da chata, monótona e previsível. Uma verdadeira Pleasantville.

Por isso o mundo é como é. E as coisas são como devem ser. Exercite as outras possibilidades e você verá que tudo, literalmente tudo, sempre aconteceu, acontece e vai acontecer da forma certa. Da melhor forma. E essa é a verdadeira harmonia, essa é a verdadeira ordem. Esse é Deus! E o ‘diabo’ está dentro de nós mesmos, nosso famoso ego, que fica desejando que as coisas sejam de determinada forma e projetando ali sua felicidade. Pois as coisas acontecendo da forma que queremos, o objetivo é ser reconhecido por todos, é nos aceitarmos, reforçarmos na falsa necessidade de singularidade.

A melhor forma de viver feliz e desta forma está em contato com a Ordem que está ao nosso redor o tempo todo é se render a realidade. Não se render resignado, mas sim aceitar com deslumbre e gratidão. Isso é reconhecer Deus e honrá-lo. Isvara está a todo momento presente na sua vida e no seu dia-a-dia, é só você olhar com cuidado, pensar de forma objetiva sobre vem acontecendo na sua vida que você verá Ele. Seja no prazer ou na dor, tudo acontece da melhor forma possível para o nosso crescimento, nosso amadurecimento. E é aqui que reside o problema, pois é aqui que temos escolha: você quer realmente amadurecer?

Grajagan (Java)










Grajagan é uma parte da ilha de Java, uma reserva florestal, onde fica a tão famosa onda de G-Land. Como é uma reserva florestal só tem alguns (na verdae 4) Camps, nós ficamos no Bobby´s. Depois de Índia e ficando nos lugares baratos aqui na Indonésia, pra mim esse Camp mais parecia um resort. Podia escolher a comida, que por sinal era muito boa, o quarto era bem bom, cinema (uma sala com TV grande e DVD), ping-pong, sinuca, refrigerante e café liberado, só luxo!! Hahahaha E pra completar tiveram duas noites que a comida foi buffet e uma festa pra lua cheia (que é um grande evento em qualquer parte da Indonésia), que teve direito até a dança tradicional Balinesa. E eu e macarrão arriscamos nossos passos... hehehehehe

sexta-feira, 12 de setembro de 2008

Nemberala (Rote Island em West Timor)







Nemberala foi o primeiro pico que eu fui enquanto o Macarrão estava aqui. Nemberala é uma praia em Rote Island, que é uma ilha pequena que faz parte de West Timor (que ainda é Indonésia, Timor Leste é que é um país independente, na mesma ilha e que teve todos os problemas políticos...hehe). Pra chegar lá é uma peregrinação, vai de avião até a capital de West Timor (Kupang), dorme lá, no dia seguinte pega o Ferry rápido (3hs) até Rote Island, lá pega um Bemo (uma van, com interior adaptado pra ônibus), mais 2,5hs e finalmente você está em Nemberala.

Nemberala é uma pequena vila de pescador, que está crescendo devido ao turismo de surf. A onda é mais conhecida como T-Land (devido a similaridade com G-Land, pois é uma esquerda longa, com 3 picos também). Os 3 picos são: Peak (o primeiro e menor que rola uma seção tubular bem em cima da bancada de coral), Pyramid (no meio, onde a onda é mais longa, mas mais cheia) e Mountain (a onda é o dobro do tamanho de Peak, e quando fica grande fica tubular). Nemberala rola vento o dia inteiro, mas pelo menos é terral. Pegamos 3 dias muito bons lá, com um dos dias chegando a rolar umas séries de 7 pés em Mountain (aí rolava uns tubos). O crowd é bem tranquilo e fizemos a cabeça lá de tanto surfar!!
Ficamos hospedados no Mr. Thomas, uma figuraça que só sabe rir!! Bem barato e de frente pro pico. Conhecemos dois ingleses irmãos e um australiano muito figuras.

Presentemente

(06/09/08 – Lakey Peak)

Presente.
Presente pode ser de receber ou de estar presente.
Todo dia, você pode dar ou receber o presente.
Mas a verdade é que não há maior presente do que estar presente na mente.
Então melhor mesmo é se dar o presente de estar presente, sempre.
E tornar este presente de si mesmo, para sempre presente na mente,
É na verdade o único presente pra sempre.
Assim você se torna independente dos presentes.
Porque mente pra si mesmo, aquele que não estando presente na mente,
Espera pelo presente de alguém em mente.
Então de mente presente, sigo sempre,
Presentemente.

Canggu (Mais Bali...)








Canggu é uma praia não tão conhecida pela brasileirada que vem pra Bali, mas que está em presente em quase todos os filmes de surf. São 4 picos (3 esquerdas e 1 direita), que rola onda quando todo o resto está pequeno. É muito constante. E todos os profissionais vem aqui pra tirar foto e filmar, pois a onda é bem perto da areia e é forte (ou seja, eles voam alto no aéreos!). Pra ter uma idéia teve um dia que na areia tinham 13 fotógrafos profissionais. Mas também na água estavam: Jihad Kodr, Teco Padaratz, CJ e Damien Hobgood, Jamie O´Brien e Rob Machado. Isso que são os que eu reconheci... Aliás, foi aqui que o Rob Machado escolheu pra ter sua casa em Bali.