sábado, 27 de dezembro de 2008

Londres de novo...







Londres o mesmo lugar que foi a primeira cidade da minha viagem, será também a última. Volto destes 9 meses na Ásia (Índia, Indonésia e Malásia) completamente diferente. Não por fora, não nos gestos, nem nas palavras. Mas por dentro, nos olhos por trás dos olhos, no ouvido por trás dos ouvidos, na mente por trás da mente. Vejo tudo com os mesmo olhos, mas vejo tudo diferente.
O impacto de vir da India diretamente pra Londres, pro centro de Londres, perto da Tate Modern, Tower Bridge, etc. foi muito grande. De caos imundo diretamente para a organização impecavelmente limpa. Do sorriso sincero das pessoas para a cara cisuda ouvindo seu iPod. Da tranquilidade e aceitação de tudo para a pressa constante e resignação. E agora sim entendo como as aparências enganam. Desde que cheguei ao Rio sempre que falo sobre a Índia a maioria dos comentários é de que nunca gostariam de conhecer, ou que no máximo tem curiosidade, mas quando falo de Europa, todos abrem um sorriso e ficam babando de inveja. A minha impressão vai contra a da massa. Não que eu ache que na Índia todos são felizes, conscientes e espiritualizados. Isso não é verdade e eu sei muito bem. Mas a diferença de como as pessoas lá encaram a vida, o dia-a-dia é sim muito grande quando comparada a Londres no inverno. Não é que na Índia as pessoas saibam desta diferença, entendam a profundiade da vida, mas a cultura deles, que é consequência da religião e que tem como base os Vedas, traz uma série de pequenos conceitos práticos que mudam tudo.
E ao chegar a Londres e ver tudo funcionando, tudo limpo, podendo comprar as coisas pelo primeiro preço que o vendedor diz (sem ter que pechinchar), vi também o resultado desta nossa cultura judaico-cristã estampada no rosto de todos. Dessa individualidade exacerbada, da busca constante, do medo de pecar, etc, etc, etc. E ao ver isso cheguei a conclusão de que mesmo com todo o caos, sujeira e pobreza de lá, os indianos em geral vivem muito mais felizes. E acho que todos temos muito a aprender com isso.

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